MUDANÇA DO PERCURSO DA SÃO SILVESTRE.

José João da Silva - Bi-campeão SS 1985
Crédito da imagem: Gazeta Esportiva

A prova criada pelo jornalista Cásper Libero, que se inspirou em uma corrida na França, na qual os atletas corriam à noite, com tochas de fogo, chega este ano à sua 87a edição com a polêmica criada pela mudança do percurso. Nesta sexta-feira, o VAMOS CORRER apresentou a tristeza de muitos corredores pela chegada no Obelisco do Parque do Ibirapuera.

À noite – tudo era festa e alegria
Muitas pessoas ainda sentem saudades de quando a corrida era realizada à noite, acompanhem o relato de Valdomiro Paulo Cocato, de 70 anos, mais conhecido como seu “Dodo”: - “quando comecei a participar da São Silvestre em 1987, a largada se dava por volta das 23 horas. A distância que os atletas tinham que fazer era um pouco menor. Homens e mulheres corriam juntos. O percurso era ao contrário: - descíamos a Avenida Brigadeiro Luiz Antônio e subíamos a Avenida da Consolação.
Como o evento era a noite, e ser o último dia do ano, as famílias deixavam suas moradias e postavam-se nas ruas, aguardando a passagem dos corredores e a virada do ano, levavam muitas coisa para comer e beber, também oferecendo a todos que por ali passavam. Lembro-me que um senhor muito festivo insistiu para que eu tomasse um copo de vinho, como não pude aceitar, ele o despejou todo em minha cabeça-cheguei no final da prova muito perfumado. Nesse tempo tudo era festa e alegria!
Nessa ocasião a largada era simultânea, entre homens e mulheres, era muito normal ver-se casais de namorados, maridos, esposas participando juntos da prova, era tudo muito romântico e inesquecível.
Para os atletas mais amadores, como eu, era maravilhoso quando terminava de subir a avenida da Consolação, faltando pouco mais de um quilometro para a chegada, explodia meia noite, anunciado que um novo ano acabara de chegar, muitos fogos coloriam a avenida Paulista.
Todas a pessoas se abraçavam, se desejando muita paz e sorte”.