OVERTRAINING: UM PERIGO PARA CORREDORES.

"A diferença entre o remédio e o veneno está na dosagem". A máxima, atribuída ao alquimista Paracelso, se aplica perfeitamente aos treinos de corrida. Treinar é um pressuposto para conseguir um bom rendimento nas pistas, mas passar dos limites pode ser extremamente prejudicial ao corpo e derrubar o desempenho. O overtraining, também conhecido como síndrome do supertreinamento, resulta de uma rotina de treinamentos superior à capacidade de recuperação o organismo e afeta tanto o sistema locomotor quanto o imunológico, além de potencializar problemas psicológicos.
A vida do atleta deve ser uma constante busca pelo equilíbrio entre repouso e movimento. É durante o descanso que o corpo humano se fortalece, pois, nesse momento, os desgastes provocados pelo exercício são compensados. Assim, ao contrário do que se possa imaginar, abusar dos treinamentos não é uma atitude saudável. Ao contrário, o exercício em excesso sem correspondente recuperação leva o organismo a um estado de fadiga crônica, a síndrome do supertreinamento.
O leque de problemas produzidos pelo overtraining é muito extenso. O aumento da frequência de pequenas lesões e as dores localizadas acendem o alerta para a existência da síndrome. Se o ritmo não diminui, passam a incidir lesões musculares mais graves, assim como tendinites e fraturas por estresse. Os danos não param por aí: o sistema imunológico fica seriamente comprometido, favorecendo a ativação de doenças como a gripe, o resfriado e até o herpes viral. O supertreinamento pode ainda potencializar doenças psicológicas, como a insônia, a depressão e a dificuldade de concentração.
Para evitar o overtraining, é necessário adotar um programa de treinos que combine exercícios físicos e repouso de forma equilibrada e eficiente. Com o acompanhamento de um profissional de Educação Física, é possível montar uma rotina de treinamento que utilize sua energia, mas respeite os limites impostos pelo seu corpo.